domingo, 23 de outubro de 2011

A Flor e o Bumbá

 A Flor e o Bumbá
À amiga Ana Barroso
Ars a todo vapor e núvem


Ah... a profusão de cores
Os brincantes se refazem
Entrecosturando-se
Para sempre amém!
 
Amem...
 
A quem flor e a quem pense

Derramem-se nas fitas
Por infindáveis segundinhos
Pois, enquanto fitam
Enquanto nos encandeiam
De retalhos e vitrais

Avisto e guardo em mim!

Para sempre, amém!

domingo, 2 de outubro de 2011

Cordel de santo

Iara Assessú

Há muito crivo
Há muito, tempo
Quando o desvio resolve se atirar

Há muito, alivio
Seus braços, conga
Seu olho ensina como respirar

Como espinho em pé de realeza
Mesmo a incerteza não para de andar
Quando seus olhos se viram de horizonte

É mar de monte a cor do pesar
Quando o crioulo do pé pisa a noite
Pesa e reversa o triste, andar

Mesmo que o verso embebede a noite
A sede conversa na boca do olhar

Há muito ando
Há muito espinho
E mesmo os pés espinham, se não há

Há muito, arrego
Seu gosto canto
Cordel de santo escreve o que olhar

Aí, viagem... aí, chuva ligeira
A janela é porta de voar
O vôo é passo de horizonte
 
É mar de ponte a cor, teu olhar