domingo, 2 de outubro de 2011

Cordel de santo

Iara Assessú

Há muito crivo
Há muito, tempo
Quando o desvio resolve se atirar

Há muito, alivio
Seus braços, conga
Seu olho ensina como respirar

Como espinho em pé de realeza
Mesmo a incerteza não para de andar
Quando seus olhos se viram de horizonte

É mar de monte a cor do pesar
Quando o crioulo do pé pisa a noite
Pesa e reversa o triste, andar

Mesmo que o verso embebede a noite
A sede conversa na boca do olhar

Há muito ando
Há muito espinho
E mesmo os pés espinham, se não há

Há muito, arrego
Seu gosto canto
Cordel de santo escreve o que olhar

Aí, viagem... aí, chuva ligeira
A janela é porta de voar
O vôo é passo de horizonte
 
É mar de ponte a cor, teu olhar

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