quarta-feira, 10 de agosto de 2011


Desamarração
                         

Tem hora que dá pra ver
Azul-laranja em gomos
Somos a fumaça do olhar

Crepita um sonho ave
Vexame é não ter asa
A Nasa não conhece o mar

Azar desses foguetes
Tão bonitos, sumidouros
Tão precisados de cardume

Que se desnude a roupa
Branca, total e radiante
Antes que o céu nos fume

Têm horas bem diamantes
No estágio mais carvão
Ilusão é coisa acreditada

Crepita e arranha, o grão
Vez em sempre ele eclode
E sacode a terra ávida

Azar dessa ciência
Tão bonita e sumidoura
Tão precisada de crisálida

Que se enxerguem a nós
E ao simples que se desamarra
Desarmando-se, simplesmente

                                                           Geslaney Brito

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