(Ao
amigo Tatá)
Engenho
novo engendra outros...
Empenho-me
em compreender os novos
Novo
dia, nova invenção, novo ovo
Porção
de tempo maturando-nos
Somos
como hera, eu quase sei
Quase
sei do mecanismo que passa
Sem
os arranhos, sem as ferrugens
Não
se aplica às engrenagens
Não
é o tempo capital - esse que range
É
o tempo do tempo que pássaro
Que
asa sem pressa, sem comprimir
Vai
querendo ir e ri dos que vão correndo
Corre
sem se aleijar dos joelhos
Enquanto
isso a cidade se pica
Pica-se
de crescimento sem vôos
Sem
ver as cacundas do entorno
Sem
ver quem coaduna com praça
Periferia
que engendra existência
Relógio
sem pilhas, radinho de venda
Balcão
e trabalho e passado e quereres
Um
tempo que passa sem o dinheiro
Novo
dia, nova ilusão, novo ovo
Novo
engenho; estar muito mais justo
Uma
essência dos povos antigos
De
estar de estrela e mais juntos
Somos
como barcos, eu quase sei
Somos
barcos que somamos
Os
que vão sem a pressa da bolsa
Mesmo
levando de um lado pro outro
Os
ombros que a tudo constroem
E
o tempo do tempo dos pássaros
Vai
rodeando, enquanto sonhamos
Somente
enquanto sonhamos...
Geslaney Brito
Geslaney Brito
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